ETFs de Bitcoin enfrentam perda de US$ 1,2 bilhão em sete dias
Os ETFs de Bitcoin à vista enfrentaram um momento difícil e perderam quase US$ 1,2 bilhão em ativos somente na última semana. Essa foi a terceira maior perda desde que esses fundos foram lançados, há 22 meses. Embora tenham mostrado sinais de recuperação na sexta-feira, ainda assim, as saídas neste mês foram alarmantes.
Em novembro, o capital retirado dos 11 fundos estava próximo de US$ 3,79 bilhões até quinta-feira, um número que quase igualou o recorde anterior, que havia sido estabelecido em fevereiro deste ano. Para se ter ideia, na quinta, esses ETFs registraram suas segundas maiores saídas diárias, com mais de US$ 900 milhões saindo.
Essas retiradas de capitais aconteceram em um momento em que o Bitcoin enfrentava uma queda significativa, que já durava seis semanas. No início da sexta-feira, o valor do Bitcoin caiu para US$ 81.000, o que representa a sua cotação mais baixa desde abril. Desde que alcançou a marca histórica de US$ 126.000 em outubro, a principal criptomoeda viu seu preço desvalorizar cerca de 33%. Essa situação foi influenciada por um misto de incertezas econômicas, especialmente em relação a possíveis mudanças nas taxas de juros pelo banco central dos EUA e preocupações em torno de um mercado de tecnologia em alta.
O iShares Bitcoin Trust (IBIT), da BlackRock, foi o principal responsável por essas saídas, somando mais de US$ 1 bilhão em resgates. Outros fundos, como o Grayscale Bitcoin Trust (GBTC) e o Fidelity Wise Origin Bitcoin Fund (FBTC), também registraram saídas, com valores de US$ 172 milhões e US$ 116 milhões, respectivamente. No entanto, na mesma sexta-feira, o FBTC conseguiu atrair US$ 108 milhões em novos investimentos, enquanto o Grayscale Bitcoin Mini Trust ETF e o GBTC tiveram entradas de US$ 61,5 milhões e US$ 84,9 milhões, respectivamente.
As saídas dos ETFs de Bitcoin aconteceram em meio a uma crescente popularidade de ETFs relacionados a outras criptomoedas, como Solana, XRP e Dogecoin, que começaram a ser negociados recentemente. O Canary Capital BSOL, por exemplo, acumulou mais de US$ 660 milhões em ativos em apenas três semanas de existência, sem registrar saídas em nenhum dia. Esse apetite dos investidores por produtos relacionados a cripto mostra que o mercado ainda está bastante vivo.
Enquanto isso, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) está analisando diversas propostas de ETFs que visam rastrear não apenas altcoins, mas também combinações de tokens e estratégias de investimento em criptomoedas.
O otimismo em relação ao Bitcoin ainda persiste. O analista de ETFs Eric Balchunas, por exemplo, destacou a resiliência do Bitcoin, lembrando que o ativo já enfrentou várias quedas antes e sempre conseguiu se recuperar, alcançando novas máximas históricas.
“Esse ativo sobreviveu a pelo menos meia dúzia de quedas piores do que essa, e sempre voltou a atingir [máximas históricas]. As únicas outras coisas com esse histórico são ações de gigantes como Apple e Amazon”, comenta Balchunas. E ele não perdeu a chance de fazer uma analogia divertida, ressaltando que esse ativo deve ser tratado como um “molho picante”, trazendo uma pitada de humor para essa conversa mais séria.





